Geografia

A complexa geografia dos lugares

Observar as aparências, definir contextos, identificar componentes e conhecer a história são procedimentos necessários para a investigação geográfica de um determinado lugar. Um lugar é um espaço que não é apenas determinado pela paisagem física. Pode haver complexas interações, modificações naturais ou artificiais. Um lugar pode ser definido por sua história ou por seus eventos naturais como a passagem de um rio ou a presença de montanha. Vejamos logo abaixo uma aula em slide que será um ótimo complemento e depois continue logo abaixo.

Estudar a geografia dos lugares é uma tarefa que exige esforço investigativo e disposição para ir além das aparências. Requer treino, insistência nos exercícios e observação atenta dos mais diversos tipos de paisagens: só assim será possível lembrar das questões a formular e dos procedimentos que deveremos adotar diante de qualquer paisagem. Agora, observando outros lugares, vamos ampliar nossos conhecimentos para enfrentar o desafio de compreender a geografia das paisagens. Continuaremos “treinando” o nosso olhar.

Um lugar não é formado apenas por uma paisagem física. Os seres vivos que ocupam determinado espaço, estabelecem dinâmicas e promovem interações. Algumas Aves do Brasil como o gavião-caboclo, interagem em regiões independentes do território político estabelecem relações ecológicas em diferentes países, como Argentina, Brasil e Panamá.

Espaços e lugares Artificiais.

Como em qualquer construção, utiliza-se areia, para misturar ao cimento, e aço, para dar sustentação às estruturas.

Antes de chegarem à obra, esses materiais deverão ser transportados até uma loja ou centro comercial, onde serão comprados pelos encarregados da construção.

Como se vê, lugares e paisagens tão diferentes como esses retratados no painel 1 podem estar bastante relacionados entre si.

Portanto, aqueles observadores dotados de olhar já treinado e conhecedores dessa regra – os lugares relacionam-se uns com os outros – às vezes olham para uma única paisagem e conseguem ver uma infinidade de outros lugares.

Para esses portadores de “olhar treinado”, bastaria apresentar, por exemplo, a foto A do edifício em construção e perguntar-lhes quantos outros lugares podem ser a este relacionados, para que eles referissem, no mínimo, aqueles outros lugares retratados nas demais imagens do painel 1.
Apesar das notáveis diferenças nas paisagens dos lugares apresentados neste painel, há uma forte relação entre todos eles.

Tente estabelecer as relações existentes entre os lugares representados nas fotos do painel 2 antes de prosseguir a leitura.

Na foto A vemos um carro sendo abastecido com combustível, embora não seja possível afirmar se o carro em questão usa álcool ou gasolina. Tanto faz, mas, para que a bomba possa fornecer qualquer um dos dois, é preciso que existam lugares como os que vemos nas outras fotos. Observe na foto B o imenso canavial que fornece matéria-prima para a produção de álcool: cana-de-açúcar.

Poderíamos estabelecer outras relações, a partir dos muitos elementos presentes nas paisagens das fotos. Mas só o que já destacamos permite concluir mais uma vez que os lugares relacionam-se uns com os

outros. As possíveis diferenças entre as paisagens desses lugares, ou as grandes distâncias que os separam, não são fatores impeditivos para o estabelecimento dessas relações.

As pessoas e seus lugares: relações e funções

As relações entre os vários lugares das fotos nos painéis 1 e 2 devem-se, em grande parte, às ações ditadas pelas necessidades e decisões das pessoas que neles vivem e trabalham. Com isso em mente, pode-se observar novamente as fotos do painel 1 e afirmar, por exemplo, que as pessoas responsáveis pelo porto de areia (foto B) são também responsáveis pela relação entre esse local e aqueles que utilizam a matéria-prima aí explorada, como o lugar onde se constrói um edifício (foto A) ou a loja de material de construção (foto E).

Da mesma forma, também poderíamos dizer que as pessoas responsáveis pelo plantio e colheita da cana ou pela extração do petróleo (fotos B e C, respectivamente) possibilitam, com seu trabalho, a relação entre os diversos locais retratados no painel 2. Isto é, não haveria postos de abastecimento, nem carros movidos a álcool ou gasolina, se o trabalho das pessoas não houvesse criado as paisagens das fotos B e C.

Conclusão: os lugares se relacionam uns com os outros, porque as pessoas se relacionam umas com as outras, em função das necessidades criadas pelos trabalhos que executam.

Veja mais aulas de geografia como essas aqui no site.

Portanto, os trabalhos dessas pessoas também podem ser responsabilizados pelos resultados que vemos nas paisagens dos diversos locais onde, direta ou indiretamente, eles acontecem. Por exemplo, no lugar onde se extrai areia (foto B do painel 1), foi o trabalho humano que criou aquele tipo de paisagem, cheia de buracos e de destruição. Noutro lugar, a combinação dessa areia com outras matérias-primas pode resultar na construção de um edifício (foto A), graças ao trabalho de muitas pessoas.

Alguns trabalhos podem parecer mais destrutivos, e outros, mais construtivos. Mas, mais uma vez, não nos deixemos levar pelas aparências, pois se os lugares, com as pessoas e seus trabalhos, estão profundamente relacionados, então é possível que a aparência de construção, de harmonia e de equilíbrio de alguns tenha sido responsável pelas paisagens de devastação e desequilíbrio de outros.

Na foto A, em uma situação bastante familiar, há uma sala de aula, com pessoas, cadeiras, mesa do professor, livros, cadernos etc. Boa parte desses elementos é feita com matérias-primas extraídas das árvores, como madeira para os móveis e para preparar a pasta com a qual se faz papel (para livros, cadernos etc.). Portanto, paisagens como a da foto B podem ser explicadas em função do que observamos na paisagem anterior.

Modos de viver e de trabalhar e a diversidade das paisagens

Segundo o que vimos até aqui, nenhuma paisagem pode ser plenamente entendida se não levarmos em consideração o seguinte: os lugares se relacionam graças às relações estabelecidas entre as pessoas; os lugares se diferenciam graças às funções atribuídas pelo trabalho dessas pessoas; e nenhum trabalho é apenas construtivo ou destrutivo.

Se considerássemos apenas esses fatos, já teríamos bons argumentos e explicações para entender as muitas e diversas paisagens dos lugares. E essa capacidade de explicação e de entendimento multiplica-se ao considerarmos a forma como as pessoas se relacionam, as diversas funções que executam para sobreviver e o impacto de suas atitudes nos lugares onde vivem.

Observe as fotos do painel 4. Elas mostram lugares cujas paisagens chamam a atenção principalmente pelos contrastes.

Serviços de saúde (E), moradia (B) e comércio populares (D) de um lado e, de outro, um hospital particular (F), um condomínio residencial de alto padrão (A) e um comércio sofisticado e caro (C).

Esses lugares e suas respectivas paisagens, com elementos que nos remetem a pensar nos contrastes entre a riqueza de uns e a pobreza de outros, podem ter relação com as diferenças observadas nos painéis anteriores. Você seria capaz de dizer como?

Nos diversos lugares que examinamos (do edifício em construção à mineração de areia, no painel 1, ou do posto de abastecimento à plantação de cana, no painel 2), há todo tipo de gente exercendo as mais variadas funções, para que tudo, em todos os lugares, funcione conforme o desejado. Entre essas pessoas, uns serão cortadores de cana e outros, frentistas de posto, pedreiros, motoristas etc.; já alguns serão gerentes, diretores ou até mesmo proprietários das empresas. Pode-se imaginar um enorme número de funções e tipos de trabalho, apenas pensando na grande quantidade de pessoas ocupadas em atividades sugeridas pelas paisagens dos lugares retratados nos painéis 1 e 2.

Como sabemos, a cada uma dessas funções corresponde um tipo de salário ou de rendimento, que pode variar das altas somas que remuneram um gerente, diretor ou dono de empresa aos baixos salários de um cortador de cana, um peão de obra, um frentista de posto ou um porteiro.

Entre esses extremos existem outros conjuntos de ganhos ou salários bastante variáveis, pagos a profissionais cujas funções são necessárias para que as atividades mencionadas até aqui possam de fato existir: médicos, professores, donos de lojas, pequenos empresários, funcionários de escritório e balconistas.

Considerando todas essas possibilidades, é fácil imaginar os tipos de relações que podem existir entre as paisagens do painel 4 e os outros lugares dos painéis 1, 2 e 3.

No painel 4 as paisagens revelam principalmente diferentes condições de vida: moradias, comércio e serviços para diferentes padrões de consumo. Tais padrões estão diretamente relacionados aos tipos de trabalho e às remunerações correspondentes.

Ou seja, as diferenças entre os lugares também se explicam por causa das diferenças sociais e econômicas entre as pessoas.

Mas essas razões, além das outras já apontadas, não são as únicas que explicam a imensa diversidade existente entre as paisagens dos lugares.

As forças da natureza e a diversidade das paisagens

Observe atentamente as imagens do painel

  1. Há inúmeras diferenças entre as paisagens retratadas: um deserto, uma praia, uma floresta e uma paisagem de montanha. O que essas diferenças revelam?

Entre outras coisas, essas diferenças nos lembram que a diversidade das paisagens não depende apenas das relações ou das atividades em que as pessoas estão envolvidas. Por mais que as pessoas tenham interferido ou possam interferir nessas paisagens, ou por mais que a possibilidade de frequentar algumas delas tenha relação com as condições financeiras dos que poderiam passar suas férias em lugares como a bela praia da foto B, ou fazer turismo ecológico na exuberante floresta da foto C, o fato é que a existência de praias, florestas, desertos e montanhas não depende da vontade das pessoas. Bem antes que o homem surgisse no planeta, paisagens como essas já existiam havia muito.

Muitos lugares como esses do painel 5 permanecem como estão nas fotos por causa de atitudes de preservação ou de conservação de pessoas interessadas em sua manutenção. Mas tanto o surgimento como as características e particularidades desses lugares só podem ser mais bem explicados se considerarmos a existência de outros fatores e dinâmicas, que não apenas a vontade humana, tais como forças físicas diversas, reações químicas, ações dos ventos, das águas, dos animais, do Sol e da variação de temperaturas.

  Além  da vontade humana, forças físicas diversas, reações químicas, a ação dos ventos, das águas, do Sol, da variação da temperatura e até a atividade de pequenos animais modelam as paisagens.

Nas ações registradas nas fotos do painel 6, por exemplo, poderíamos encontrar as explicações para as características das paisagens de alguns lugares. Numa delas é a força e a constância da ação das águas que explicam o formato das rochas (foto A); na outra, a ação do pequeno animal (foto B) que se alimenta do fruto encontrado no solo é que explica a existência de muitas árvores e plantas, pois esse animal, depois de comer e digerir o fruto, dispersa em outros lugares da mata as sementes que ingeriu junto com a polpa.

Essas mesmas imagens (painel 6) lembram que muitos lugares diferentes relacionam-se uns com os outros por causa de ações e fatos como esses, promovidos pela força das águas ou pela forma de vida dos animais.

Graças à ação dos animais ou daquelas forças já referidas (água, Sol, vento, temperatura etc.), há lugares muito distantes e com paisagens muito diversificadas que mantêm forte relacionamento entre si, independentemente da ação dos seres humanos.

Portanto, assim como não se pode explicar a própria existência desses lugares por interferência das ações humanas, também não se explicam assim as muitas diferenças entre eles, nem as relações que se estabelecem.

Enfim, em se tratando da geografia dos lugares, nem sempre a própria existência das paisagens, bem como as diferenças e relações entre elas, resultam da vontade, atitude ou determinação das pessoas.

Os lugares e suas histórias

Como conclusão do que vimos até aqui, pode-se afirmar: os lugares e suas paisagens resultam de um amplo conjunto de fatos e ações, desencadeados tanto pela vontade e determinação humanas quanto pelas diversas forças da natureza terrestre.

A forma e a intensidade com que esses fatos e dinâmicas se conjugam não são iguais em todos os lugares e variam ao longo do tempo: as paisagens também registram a história dos lugares e dos elementos que os constituem. Vejamos algumas particularidades da ação humana no planeta para melhor entender esse fato.

Hoje em dia é praticamente impossível encontrar um lugar na superfície da Terra onde não se possa perceber algum vestígio da ação humana, por menos notável que seja. Se não for possível perceber esses vestígios apenas com a observação e constatação, investigações mais ou menos simples sobre a qualidade do ar, a condição do solo, a composição da água etc. permitirão com certeza detectar a presença humana, com maior ou menor intensidade, em todos os lugares do planeta.

Observe as fotos do painel 7. São fotos de paisagens do continente gelado da Antártida.

A Antártida é o continente com menor presença humana; quase inexistente, com certeza. No entanto, essa presença pode ser observada e, em alguns casos, intensamente medida e sentida em todos os lugares do continente gelado.

Tal presença é perfeitamente visível em paisagens como a da foto A, que mostra pessoas, além de construções destinadas a servir de base para as muitas expedições e pesquisas científicas que lá se realizam. Mas também em outros tipos de paisagens antárticas, como a da foto B, na qual se avistam apenas gelo e pinguins, é possível detectar a presença humana, por exemplo, na composição das águas, da atmosfera antártica e até do sangue dos pinguins. Nesses três casos, várias pesquisas detectaram vestígios de componentes químicos que só são produzidos pelas atividades das pessoas. Foram encontrados pesticidas no sangue de pinguins, mercúrio metálico nas águas e nos organismos de peixes, além de gases nocivos na atmosfera.

Claro que nem sempre foi assim.

Há um século a paisagem antártica não mostrava bases científicas nem os vestígios da nossa sociedade estavam presentes nos animais, nas águas ou na atmosfera do continente. Os lugares e as paisagens, como foi dito, modificam-se com o tempo, possuem uma história.

Mas não precisaríamos ir tão longe para perceber isso. Basta observar ao nosso redor. As paisagens, sobretudo as de grandes e médias cidades, modificam-se tão rapidamente que não é preciso ser uma pessoa idosa para já ter testemunhado mudanças na rua, no bairro ou nos diversos caminhos que percorremos.

Antigos edifícios são demolidos para dar lugar a novas casas e prédios, mas são alargadas, novas avenidas e viadutos surgem um após o outro.

Esses fatos, comuns a muitas cidades, podem tornar irreconhecíveis as paisagens de certos lugares. Observe as fotos do painel 8. Mostram o mesmo local, só que em momentos bastante diferentes, no começo e no final do século passado.

Em lugares onde antes se viam poucas casas, alguma vegetação, ruas pouco movimentadas, hoje se avistam prédios, largas avenidas, movimento de carros e pessoas a qualquer hora, todos os dias.

Alguém que tenha vivido toda sua vida nesse lugar talvez nem se dê conta de quão radical foi a mudança da paisagem ao longo das décadas que separam as duas fotos, pois teve tempo de se acostumar às alterações, gostando ou não. Mas alguém que tenha tido contato com a paisagem da foto A e volte a revê-la décadas mais tarde nem terá a impressão de estar retornando para o mesmo lugar, tantas e tamanhas são as modificações.

Portanto, conhecer a história de um lugar é quase sempre um passo obrigatório para entender sua geografia. Muito do que vemos em uma paisagem só se torna compreensível se recorrermos à história do lugar.

A identidade complexa dos lugares

Hoje em dia, devido à adoção de modos de vida muito semelhantes em quase todas as regiões do globo, as paisagens dos diversos lugares tendem a ficar cada vez mais parecidas. O recurso à história, nesse caso, torna-se um instrumento ainda mais precioso para identificação, caracterização e compreensão da geografia dos lugares.

As imagens do painel 9 ilustram esse fato. Observe-as.

São paisagens muito semelhantes de diferentes cidades do globo.

Embora distantes e situadas em lugares e países muito diferentes, essas cidades parecem ter sido feitas com o mesmo molde e seguindo uma mesma receita.

Tem-se até a impressão de que as pessoas, os carros, as ruas asfaltadas, os edifícios e os letreiros, presentes em todas elas, poderiam ser trocados de uma foto para outra. Salvo alguns detalhes, a troca não causaria qualquer tipo de estranheza em quem as observa de longe.

Mas, se um passe de mágica realmente permitisse retirar alguém das ruas de São Paulo e colocá-lo numa rua de Paris ou de outra cidade qualquer, o estranhamento e a desorientação seriam totais. Da língua que se fala aos hábitos das pessoas, são muitas as diferenças.

À medida que fossem percebidos mais aspectos, como os tipos de construção, as características do clima, dos rios, das plantas, o cheiro das coisas, entre muitos outros, aumentaria a certeza de que se está em uma cidade ou lugar diferente.

O fato é que, independentemente das aparências, as diferenças entre os lugares acabam sendo reveladas, pois as características histórico-culturais dos diversos agrupamentos de pessoas que neles vivem e, também, as características físico-naturais, normalmente únicas, que todos esses lugares possuem, sempre deixam sua marca nas paisagens e acabam conferindo uma espécie de identidade própria a cada uma delas.

Como você sabe, algumas dessas marcas são visíveis sem muito esforço. Outras exigem um olhar mais cuidadoso. Mas sempre poderão ser percebidas.

Dificilmente encontraremos dois lugares geograficamente iguais na superfície da Terra, pois, para que isso acontecesse, os diversos aspectos históricos, culturais ou físicos precisariam ser os mesmos. Por mais que alguns deles fossem semelhantes, dificilmente os outros também seriam. As paisagens dos lugares e suas identidades resultam sempre do jogo complexo que a combinação e interação entre todos esses aspectos proporciona.

Entender e perceber esse jogo complexo é o grande desafio da investigação geográfica.

É preciso considerar, ao mesmo tempo, tanto as chamadas forças da natureza, com suas histórias e particularidades, como as forças que resultam de ações humanas, também com características e histórias muito próprias.

Portanto, o desafio de conhecer a geografia de um lugar, de compreender sua paisagem é sempre um duplo desafio que envolve a história e a cultura dos homens e também a natureza e a história do planeta que abriga tudo isso.

Continuaremos nos dedicando a esses desafios nos próximos capítulos.

AMPLIANDO OS HORIZONTES

Tombamento e patrimônio: o valor de algumas paisagens

As paisagens sintetizam e expressam as diversas maneiras como forças físico-naturais e socioculturais se combinam, como agem, quais as suas motivações etc. Tais interações, como sabemos, variam ao longo da história.

Nas paisagens que sobrevivem à deterioração físico-natural e à ação das pessoas, preservam-se as memórias tanto da história de grupos humanos como de fenômenos e transformações naturais já ocorridos na Terra.

Se as paisagens fossem simplesmente deixadas ao sabor dos tempos ou às imposições dos processos de transformação e evolução da vida social e econômica, grande parte dessas memórias poderia se perder.

A missão dos organismos de defesa e preservação dos patrimônios culturais e naturais dos diversos lugares é justamente evitar que essas memórias se percam.

No plano internacional, o mais importante desses organismos é o Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que já declarou como Patrimônios da Humanidade diversos bens culturais e naturais (quase 900) situados em 145 países do globo. O Brasil abriga algumas dessas valiosas paisagens consideradas patrimônios, mundiais pela Unesco, como os centros históricos de Olinda (PE), Salvador (BA), São Luís (MA) e Diamantina (MG); a cidade histórica de Ouro Preto (MG) e o Plano Piloto de Brasília (DF); o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI) e o Parque Nacional de Iguaçu (PR), entre outros.

Em nosso país, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e dezenas de instituições estaduais e municipais cumprem a função de selecionar, vigiar e preservar as paisagens consideradas importantes para a preservação das nossas identidades naturais e culturais. O principal expediente que tais entidades utilizam para exercer suas funções é o tombamento. Tombar significa o mesmo que registrar, em livro oficial e próprio para isso, as características dos lugares e bens considerados valiosos. A partir do registro, ou tombamento, tais lugares e bens não poderão ser destruídos, danificados ou descaracterizados.

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