A Europa e a nova ordem mundial
O modo como está organizado geopoliticamente o espaço mundial é convencionalmente chamado ordem mundial. O funcionamento dessa ordem diz respeito ao papel cumprido por cada p quanto às afinidades políticas e às disputas por influência. Isso significa dizer que se trata do peso político dos países e da capacidade de cada um de realizar alianças com os demais, fazendo valer seus interesses.
A partir da década de 1990, verificamos na Europa inúmeras alterações do ponto de vista divisão política. Isso indica que aí começa uma fase de transição, a qual está relacionada à substituição da velha ordem mundial, marcada pela bipolaridade e pela Guerra Fria, para uma nova ordem mundial.
O fim da Segunda Guerra Mundial e a ordem bipolar
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi o conflito mais abrangente do século XX. Nele verificou-se o confronto de dois blocos de países: o do Eixo e dos Aliados.
O bloco de países do Eixo era composto por Alemanha, Itália e Japão, e o dos Aliados era formado por Estados Unidos, França, Inglaterra e a antiga União Soviética. Além dos citados, participar; também desse conflito, em apoio a um dos blocos, outros países, dentre os quais se incluiu o Brasil ao lado do bloco Aliado.
As fotos mostram a cidade de Berlim, na Alemanha, e Varsóvia, na Polônia, ambas bombardeadas, após a guerra. Estimativas indicam que a Segunda Guerra Mundial provocou a morte de mais de 50 milhões de pessoas, das quais 20 milhões viviam na antiga URSS, o país que teve as maiores perdas humanas e também materiais.
Depois do término desse conflito, que finda com a vitória dos países Aliados, verificou-se a definição no mundo de uma ordem geopolítica internacional, denominada ordem mundial bipolar. Essa ordem é marcada pela hegemonia internacional de duas potências no mundo: os Estados Unidos da América (EUA) e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em outras palavras, após o término da Segunda Guerra Mundial, o mundo foi dividido em duas áreas de influência, uma liderada pelos EUA, e outra liderada pela antiga URSS. A área de influência dos EUA era composta por países que adotavam o capitalismo, localizados na porção ocidental da Europa. A área de influência da antiga URSS era composta por países que adotavam o socialismo e que se localizavam na parte oriental da Europa. .
Socialismo e capitalismo
No socialismo os meios de produção eram controlados pelo Estado. As empresas estatais exerciam, em sua quase totalidade, o controle das atividades que se desenvolviam nesses países no campo da produção agrícola, industrial, comercial e de serviços. A economia se desenvolvia de forma planificada, portanto sob rígido controle dos órgãos estatais, criados para esse fim. Tais órgãos definiam, por meio dos planos quinquenais, quais os produtos as empresas estatais deveriam produzir e, também, a que preços eles deveriam ser ofertados ao mercado.
No regime social e econômico capitalista, por sua vez, os meios de produção são controlados, em sua maior parte, por empresas privadas ou investidores particulares. A economia se desenvolve apoiada, em grande parte, na livre-iniciativa e no livre mercado. Isto é, a decisão do que vai ser produzido encontra-se nas mãos das empresas, que exercem o controle sobre os meios de produção, e os preços dos produtos são deliberados, em grande parte, obedecendo às regras de mercado, como por exemplo, a da oferta e da procura.
A Guerra Fria caracterizou-se pelo período em que a s superpotências, EUA e URSS, disputaram a hegemonia no mundo. O fato de essas potências adotarem regimes sociais e econômicos antagônicos contribuiu para que, depois da definição da ordem mundial bipolar, eclodisse a Guerra Fria. A denominação dada ao conflito foi resultado de ele ter se desenvolvido sob clima de confronto aberto entre as duas potências, mas sem que se concretizasse na forma de um conflito armado direto.
A Otan e o Pacto de Varsóvia
Uma das faces da Guerra Fria era a existência no mundo de duas poderosas organizações militares, o Pacto de Varsóvia, liderado pela antiga União Soviética, e o Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderado pelos Estados Unidos.
Você sabia que o limite entre a Europa Oriental, sob influência da ex URSS, com a Europa Ocidental, sob influência dos EUA, ficou conhecida como “Cortina de Ferro”? Você seria capaz de explicar o porquê?
Divisão da Alemanha e de Berlim
Após o término da Segunda Guerra Mundial (1945) e da derrota da Alemanha, as forças militares aliadas ocuparam o território alemão. Como mostra o mapa da Alemanha dividida no pós-guerra, as forças militares lideradas pelos Estados Unidos, Reino Unido e França ocupavam a parte ocidental do país e a força militar liderada pela antiga União Soviética ocupava a parte oriental.
Em 1949, em virtude de desacordos entre os países aliados, a Alemanha foi dividida, como mostra o mapa As duas Alemanhas, em dois países: a República Federal Alemã (RFA), denominada Alemanha Ocidental ou capitalista, que passou a integrar o bloco de influência dos EUA no território europeu, e a República Democrática Alemã (RDA), denominada Alemanha Oriental, que passou a integrar o bloco de influência da antiga União Soviética. Entre as implicações decorrentes dessa divisão destacou-se o fato de Berlim, a capital da Alemanha, ficar encravada no território da Alemanha Oriental.
Isso, no entanto, não determinou que Berlim fosse integrada em sua totalidade à Alemanha Oriental, pois, por acordo firmado entre os países aliados, liderados pelos Estados Unidos, e a antiga União Soviética, essa capital foi dividida em duas unidades políticas distintas: Berlim Oriental, que ficou sob o controle da Alemanha Oriental, e Berlim Ocidental, sob o comando da Alemanha Ocidental.
Essa medida, como era de se esperar, provocou uma série de problemas políticos entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, em consequência das condições em que a divisão da cidade foi realizada, ou seja, por pressão dessas duas potências. Tais problemas culminaram na construção, em 1961, de um muro nessa cidade, por parte da Alemanha Oriental, que passou para a história com a denominação “Muro de Berlim”, separando Berlim Oriental de Berlim Ocidental.
Muro de Berlim
A Alemanha Ocidental e os países capitalistas europeus receberam grandes investimentos dos Estados Unidos para a sua reconstrução no pós-guerra através do Plano Marshall. O resultado foi um grande desenvolvimento econômico que não foi acompanhado pela Europa do Leste.
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Atraídos pelas oportunidades de trabalho na Europa Ocidental, trabalhadores da Europa Oriental passaram a migrar em massa, via Berlim, para o Ocidente.
Entre os motivos apontados para explicar a construção do Muro de Berlim pelo governo da Alemanha Oriental, podemos destacar a tentativa de contenção do fluxo emigratório que estava ocorrendo de Berlim Oriental para Berlim Ocidental. Esta obra, por simbolizar a divisão da Alemanha e também do mundo em dois blocos de influência, um dos Estados Unidos e outro da antiga União Soviética, foi considerada historicamente como o grande símbolo da Guerra Fria.