História

Primeira Guerra Mundial Resumo

Tensões europeias no começo do século XX

No início do século XX havia um clima de tensão política e rivalidade entre os governos e empresários de grandes potências europeias, como Alemanha, Inglaterra e França. As tensões e rivalidades se intensificaram ao longo do século XIX e se originaram, principalmente, das disputas territoriais por colônias e mercados na Europa, na África, na Ásia e na América Latina.

Como as novas tecnologias de produção permitiam às indústrias fabricar mais mercadorias em menos tempo, os empresários das grandes potências europeias passaram a buscar novos consumidores para seus produtos. Isso levou os governos desses países a disputar colônias nos continentes africano e asiático, onde pretendiam impor aos povos conquistados o consumo de bens industrializados.

disputa política franceses inglesesA concorrência fez com que os governos e os empresários em cada país industrializado dificultassem a expansão econômica dos países rivais. Por isso, muitos deles fechavam seu próprio mercado a produtos estrangeiros e procuravam impedir a ampliação dos impérios coloniais dos concorrentes.

A disputa política e econômica, principalmente entre franceses, ingleses e alemães, tornou-se bastante intensa na virada do século XIX para o XX.

Nesse período, a maioria dos exércitos nacionais se profissionalizou. As tropas começaram a ser treinadas para lutar, exercitando-se no domínio dos diversos armamentos de combate. Generais e outros comandantes das grandes potências europeias obtiveram permissão dos governos para recrutar cada vez mais soldados, sob alegação da existência de ameaças externas permanentes. Calcula-se que 65 milhões de soldados tenham sido mobilizados para lutar na Primeira Guerra.

Resumo das principais causas e consequências da primeira guerra Mundial

Revanchismo francês

Além da disputa por colônias e mercados, que alimentava o clima de tensão entre as potências europeias, historiadores constatam que muitos franceses e alemães estavam envolvidos em ressentimentos desde 1870. Isso ocorria por causa da derrota dos franceses na Guerra Franco Prussiana (1870-1871).

Os ressentimentos se expressavam no chamado revanchismo francês, que levou o governo da França a tentar recuperar os territórios da Alsácia Lorena, entregues aos alemães pelos acordos de paz de 1871. Esses territórios eram ricos em minério de ferro e carvão.

Ligados a essas disputas, havia também os movimentos nacionalistas. Os participantes desses movimentos pretendiam agrupar em um mesmo Estado povos de matrizes culturais semelhantes, o que motivou, muitas vezes, projetos de expansão territorial.

Nacionalismo e militarismo

causas e consequência do conflitoEntre os movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa no início do século XX, destacaram-se o pan eslavismo e o pangermanismo. Os pan-eslavistas eram apoiados pelos governos russo e sérvio e pretendiam unir os povos eslavos da Europa Oriental. Já os pangermanistas desejavam anexar à Alemanha os territórios da Europa Central habitados por minorias germânicas.

O militarismo foi uma das características dos movimentos nacionalistas desse período. Ele fomentou uma situação paradoxal, chamada pelos historiadores de paz armada. Em outras palavras, diante do risco de guerra, os governos das potências europeias estimularam a produção de armas e fortaleceram suas forças militares (ou seja, seus exércitos, tropas navais etc). O processo representou o início de uma corrida armamentista.

Um dos principais focos de atrito na Europa provinha da situação política na península Balcânica, situada no sudeste europeu. Nessa região, chocavam-se o nacionalismo da Sérvia (pan eslavismo), apoiado pelo governo russo, e o expansionismo da Áustria-Hungria, apoiado pelo governo alemão.

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Política de alianças

Os governos das grandes potências fizeram alianças entre eles com o objetivo de somar forças para enfrentar os rivais. Depois de muitas negociações, a partir de 1907 a Europa ficou dividida em dois grandes blocos:

  •  Tríplice Aliança,inicialmente formada pelas forças da Alemanha, da

Áustria e da Itália, apoiadas por turcos e búlgaros. A Tríplice Aliança era também conhecida como aliança das potências centrais.

  •  Tríplice Entente,formada pelas forças da França, da Inglaterra e da

Rússia. O termo entente significa acordo ou entendimento entre dois ou mais governos. A Tríplice Entente contou ainda com o apoio de sérvios, belgas, gregos e romenos.

As tensões entre os dois blocos foram aumentando. Então, um incidente político, o assassinato do herdeiro do trono austríaco, detonou uma guerra generalizada, como veremos a seguir.

Explode a guerra

Fortalecido após a vitória contra os turcos, o governo da Sérvia procurava unificar os eslavos na península Balcânica e dificultava os planos austro-húngaros de expansão naquela região. Para isso, os sérvios contavam com um exército de cerca de 200 mil homens e também com o apoio russo. Diante dessa situação de confronto, uma guerra poderia estourar a qualquer momento.

O autor do crime foi o estudante Gavrilo Princip, membro da organização Unidade ou Morte, apoiada pelo governo sérvio e ligada ao governo russo. Com o assassinato, os austro-húngaros declararam guerra contra os sérvios.

Devido à política de alianças, as forças militares de muitas nações também entraram no conflito, começando pela Alemanha e pela Rússia. Entre julho e agosto de 1914, os governos que compunham a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança declararam guerra uns aos outros.

Observe o mapa da página seguinte. Ele mostra a divisão política da Europa em 1914 e a organização dos países no contexto da Primeira Guerra Mundial.

Primeira Guerra Mundial Resumo

Podemos dividir os quatro anos de duração da Primeira Guerra Mundial em três fases.

  •    Primeira fase(1914-1915): foi marcada pela grande movimentação das forças em confronto. Depois de uma rápida ofensiva dos alemães sobre o território da Bélgica e da França em setembro de 1914, os franceses organizaram uma contraofensiva barrando o avanço de seus inimigos sobre Paris, na Batalha do Marne. A partir daí, nenhum dos lados conseguiu vitórias expressivas sobre o outro, mantendo-se um equilíbrio de forças na chamada Frente Ocidental (batalhas terrestres na Alemanha, na França e na Bélgica, e navais no Atlântico Norte, no canal da Mancha e no mar do Norte).
  •    Segunda fase(1915-1917): a movimentação de tropas na Frente Ocidental deu lugar a uma guerra de trincheiras. Cada lado tentava manter suas posições e evitar que os inimigos avançassem. Nessa fase, apenas na Batalha de Verdun (em 1916) 1 milhão de combatentes foram mortos, dentre os 2 milhões de franceses e alemães que lutavam entre eles. A movimentação das tropas continuou na Frente Oriental (região compreendida entre a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Rússia, incluindo a península Balcânica), onde os alemães ocuparam a Polônia, forçando os exércitos russos a voltar para seu território.
  •    Terceira fase(1917-1918): entraram na guerra reforços militares de países de várias partes do mundo, o que justifica o nome Primeira Guerra Mundial. Nessa fase da guerra lutaram canadenses, australianos, neozelandeses, estadunidenses, japoneses, indianos, chineses e soldados africanos que viviam sob o colonialismo ou outras formas de dominação europeia.

O Brasil entrou na guerra

Alegando que navios de países não envolvidos no confronto transportavam alimentos para os inimigos da Tríplice Aliança, a marinha alemã, com seus submarinos, afundou várias embarcações estrangeiras. Foram afundados, entre muitos outros, os navios Lusitânia Arábia, dos Estados Unidos, além do brasileiro Paraná. Assim, o governo brasileiro também entrou no conflito, declarando guerra ao governo da Alemanha.

Em cooperação com os ingleses, os brasileiros patrulharam o Atlântico Sul e enviaram médicos e aviadores à Europa.

Nessa fase da guerra, destacaram-se ainda a entrada das forças estadunidenses no conflito (em 6 de abril de 1917) e a saída dos exércitos russos (em 3 de março de 1918).

No próximo capítulo estudaremos os motivos que levaram as forças russas a se retirar da guerra. Os motivos estão relacionados à Revolução Socialista de 1917.

As transformações impostas pela guerra

A guerra provocou grandes mudanças na vida dos europeus. Além dos combatentes, as populações da cidade e do campo também sofreram as consequências dos conflitos. De alguma forma, quase todos foram envolvidos. A economia dos países em conflito foi direcionada para aumentar a fabricação de produtos necessários ; los de transporte, entre outros.

Como milhões de homens participavam dos combates, um grande número de mulheres passou a trabalhar nas indústrias, especialmente na Inglaterra, na França, na Alemanha e na Itália.

Terminada a guerra, muitas mulheres não só mantiveram as posições conquistadas no mercado de trabalho, como ampliaram a luta por seus direitos, inclusive o de votar. Afinal, se tiveram de participar do esforço de guerra, também deveriam poder escolher seus governantes, bem como serem eleitas.

A destruição e o fim da guerra

O amplo apoio financeiro e material vindo do governo dos Estados Unidos foi decisivo para a vitória dos países que lhes eram aliados. Os recursos econômicos da Entente pareciam inesgotáveis quando comparados aos da Tríplice Aliança.

A partir de 1918, quando as outras forças da Tríplice Aliança já haviam se rendido, os alemães ficaram isolados em suas fronteiras, sem condições de sustentar os combates por mais tempo. Em 11 de novembro de 1918, o governo da Alemanha assinou um armistício em situação desvantajosa. Aceitava, por exemplo, devolver aos adversários materiais de guerra pesados e submarinos apreendidos.

Nos locais em que se travaram os combates, eram comuns as cenas de destruição de fábricas e plantações, casas e edifícios, pontes e estradas. As perdas humanas também foram imensas. Alguns historiadores calculam que a Primeira Guerra Mundial tenha deixado aproximadamente 9 milhões de mortos e cerca de 20 milhões de feridos. Isso sem falar nos milhões de pessoas que tiveram que fugir das áreas de conflitos ou foram obrigadas a abandonar as terras em que viviam havia gerações, após a definição das novas fronteiras nacionais.

A euforia patriótica do início da guerra, estimulada pela propaganda governamental, se transformou em desespero ao término do conflito. Afinal, o mesmo progresso que permitiu avanços econômicos e criou tecnologia para construir armas poderosas também levou à perda de milhões de vidas. Assim, os europeus se perguntavam se esse progresso tinha valido a pena.

Além disso, com o fim da guerra, os países que já estavam abalados pelas perdas materiais e pelos gastos com os combates se viram diante de uma grave crise econômica.

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