A formação dos continentes e das grandes estruturas terrestres
No período mais recente, os principais protagonistas dessa história são os elementos e movimentos que ocorrem nas camadas internas do planeta, especialmente na astenosfera.
Vejamos antes uma aula no slide logo abaixo que conta um pouco da formação de nosso planeta e como os continentes chegaram até formação atual.
No mapa acima é possível identificar todos os continentes: América, África, Europa, Ásia, Oceania e Antártida. Nessas vastas porções de terras emersas (acima do nível das águas) costumamos identificar, e agrupar, as grandes regiões do planeta. Para isso, em parte utilizamos uma divisão que se estabeleceu naturalmente e, em parte, agrupamos ou separamos as terras segundo circunstâncias criadas pela história das sociedades humanas.
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Repare que a América, a África e a Antártida são territórios facilmente identificáveis, pois estão quase totalmente isolados das outras massas continentais pelas águas dos oceanos, mares e canais que os circundam. Já a Europa e a Ásia formam um território contínuo que se convencionou separar em dois continentes distintos; no caso da Oceania, a opção foi agrupar um conjunto de terras dispersas e separadas entre si pelas águas do oceano Pacífico.
Mas, independentemente dos critérios utilizados para identificar as grandes massas continentais, as grandes cordilheiras, os grandes oceanos e mares, o fato é que hoje essas águas, terras e montanhas distribuem-se da forma como o mapa indica. Se, no entanto, recuássemos no tempo algumas centenas de milhões de anos, a distribuição das massas continentais e dos oceanos seria bem diferente.
Há aproximadamente duzentos milhões de anos os atuais continentes formavam uma única massa de terras, a Pangea (expressão de origem grega que significa “toda a terra”), circundada por um imenso oceano, o Pan-thalassa (expressão de origem grega que significa “todo o mar”).
A Pangeia fragmentou-se em várias partes que, ao longo desses milhões de anos, permaneceram em movimento, aproximando-se ou distanciando-se umas das outras, até atingirem a configuração atual.
Durante a maior parte desse longo período de centenas de milhões de anos, as terras que hoje identificam a América do Norte permanecem conectadas ao conjunto Europa-Ásia, enquanto as da América do Sul formam um bloco com as da África. As terras da Antártida formam um terceiro bloco com aquelas que, no futuro, constituiriam a Austrália; e a índia, durante a maior parte desse tempo, permaneceu como uma grande ilha que foi se deslocando para o norte até chocar-se com o sul da Ásia.
Como se vê, desde a fragmentação da Pangeia, as porções continentais deslocaram-se para diversas direções.
Esses deslocamentos provocaram sucessivas e radicais alterações em todos os aspectos da geografia do planeta. Uma das mais visíveis alterações resultou em imensas cadeias montanhosas em todos os continentes e também no fundo dos oceanos.
Os principais conjuntos montanhosos, como a cordilheira do Himalaia, no sul da Ásia, os Andes, na América do Sul, ou os Alpes europeus e as Montanhas Rochosas, na América do Norte, bem como as diversas dorsais oceânicas (cadeias montanhosas localizadas no meio dos grandes oceanos), resultaram do deslocamento das massas continentais. Vejamos como isso ocorre.
O que denominamos continente é, na verdade, apenas a parte emersa de grandes placas cercadas por imensas rachaduras, chamadas de falhas geológicas ou tectônicas.
Essas placas deslocam-se em várias direções. Algumas se chocam, outras se afastam. Mas ambas as situações são responsáveis pela formação das cadeias montanhosas a que nos referimos: nas zonas de choque, a crosta terrestre será dobrada e erguida pela “trombada” das placas; nas zonas de afastamento, o material do manto e da astenosfera que escapa para a superfície constrói sobretudo as dorsais oceânicas.
Observe que na zona de choque, também chamada de zona de subducção, uma placa entra por debaixo da outra, enrugando e erguendo a superfície da crosta.
Esse movimento eventualmente dá origem a vulcões, pois pode romper essa superfície e forçar a abertura de “canais” na estrutura montanhosa, pelos quais extravasa a pressão gerada sob a crosta.
A parte da placa que penetra nas camadas internas da Terra contribui bastante para o aumento dessa pressão, tornando as zonas de subducção bastante instáveis e sujeitas a constantes tremores de terra (terremotos).
O mapa abaixo indica a localização de todas as placas tectônicas que formam a crosta terrestre na atualidade.
Consequentemente, aponta também os locais onde se chocam e onde se afastam.
Se você o comparar com o mapa das principais formações do relevo, verá que os limites das placas coincidem com os locais onde encontramos os grandes conjuntos montanhosos.
Graças a medições efetuadas com instrumentos de alta precisão e técnicas que incluem o rastreamento por satélites, é possível medir essas velocidades e também avaliar o aumento na altura das montanhas existentes nas zonas de contato.
Essas medidas de velocidade e de crescimento indicam que as camadas do interior do planeta continuam bastante ativas. Daqui a alguns milhões de anos, é muito provável que os continentes ocupem outras posições.
Da mesma forma, em tempos passados e anteriores àqueles aos quais já nos referimos, a distribuição dos continentes já havia sofrido grandes alterações. Observe nos mapinhas ao lado qual seria a provável situação das terras emersas daqui a 150 milhões de anos e, também, como se supõe que elas estavam agrupadas há 500 milhões de anos.
Embora possamos recompor com maior precisão apenas os movimentos ocorridos em períodos recentes da história geológica do planeta, há fortes indicações de que, em quase metade dessa história, ao longo dos últimos 2 bilhões de anos, as massas continentais se juntaram e se fragmentara™ algumas vezes, e de distintas maneiras.